A fome de sucesso de Rafael “Don Rafoni”

Como surgiu a ideia de trabalhar com Hamburger?

Trabalhei com marketing por 17 anos, desde a época em que meu pai tinha gráfica, em uma pegada completamente diferente. Nesse período, atendemos a várias empresas do segmento alimentício, não só daqui na cidade como também de fora. Como sempre gostei de comer, principalmente hamburger, percebi que havia uma lacuna no comércio local para algo diferente e cheguei à conclusão de que seria uma boa oportunidade vender algum tipo de experiência.

Em 2017 nós começamos a realizar testes em casa. Estas experiências duraram um ano. Quando chegou a nossa primeira chapa de hamburger, eu com a Rafaela (esposa) preparamos hamburger por 6 meses, todos os dias. Lembro que comíamos de manhã, na hora do almoço e à noite… tudo isso para chegar ao nosso primeiro produto!

E como a ideia saiu do papel?

A Rafaela trabalhava como analista de licitação, eu como analista de Marketing, mas já estávamos nos preparando para fazer esta mudança. Ao abrirmos a Don Rafoni, fizemos 50 hambúrgueres para o final de semana e vendemos tudo no primeiro dia! Foi um caos! Apesar de não termos experiência, foi um grande incentivo, já que começamos no quintal de casa!

E quando deciciram montar um estabelecimento?

Em um mês minha casa já havia ficado pequena para tantos pedidos e precisamos nos mudar para o Castelinho. Até então, atendíamos por delivery e tivemos como primeiros clientes os meninos do HackTown. Foi um sucesso logo de cara!

Como teve a ideia de partir para os hambúrgueres defumados?

Eu era um cara que consumia muita TV, gostava muito de um canal chamado Food Channel e vi uma matéria sobre o American Barbecue, sobre a comida defumada, e enxerguei ali um diferencial. Só tinha um problema: comecei com uma chapa e uma fritadeira… um defumador mais barato custava uns 5 mil Reais. Eu achei um defumador de linguiça, que custava uns 900 Reais e também não tinha essa grana! No fim, acabei comprando no Varejão uma churrasqueirinha que parecia um butijãozinho de gás… ali eu defumava de 10 a 15 hambúrgueres por dia! Foi então que a gente descobriu o poder da defumação… todo mundo comia aquele hamburger e dizia: este é muito diferente dos outros! Naquela altura, eu ainda era um cara sem embasamento técnico e sem referência física. Tudo o que sabia era tirado da televisão e da internet! Foi então que eu descobri a Smoker BBQ Brasil! Minha vida mudou dali em diante!

O que é a Smoke BBQ?

É uma equipe de American Barbecue, multi-campeã nacional nesta modalidade. Eles eram os melhores por aqui! Eu decidi estudar com eles, aprimorar minha técnica e aprender a trabalhar esta mudança de cultura…

Houve resistência por parte dos consumidores?

Até então, existiam os hambúrgueres tradicionais e algumas variações que se assemelhavam ao que já existia. Minha missão seria chegar com um produto totalmente novo, em um mercado sem o hábito de consumo de Hamburger Barbecue, ou defumado. Para isso, foi necessário implementar todo um processo de mudança de hábito… Em cerca de um ano, os 10 hambúrgueres que vendíamos passaram a ser 220 por dia!

E o que rolou dali em diante?

De aluno eu me tornei professor da Smoke BBQ, passei a oferecer cursos e nos tornamos a única casa do país especializada – exclusivamente – neste segmento. Em todas as outras, há outras variações… Também somos a única hamburgueria do sul de Minas que está no Feed do Hamburger Perfeito (Canal mais reconhecido do país neste segmento).

Como tem sido o seu desempenho na quarentena?

Tivemos um aumento de faturamento em vez de queda! Tudo aconteceu porque nós focamos na experiência do consumidor… isso é algo que temos trabalhado constantamente e que deu muito certo!

E a história com o TexMex?

Nós tivemos esta ideia, através do próprio dono do Smoker BBQ, Cadu Galucci, que nos incentivou a explorar este segmento baseado na junção das comidas mexicana e texana! Quando resolvemos explorar este viés com carnes defumadas, a receptividade foi incrível e aumentamos o nosso cardápio. Temos trazido muitas pessoas de diversas partes da região para consumir estes produtos, mas entendemos que ainda há certa resistência… Para nós, tem sido um desafio, mas também uma grande oportunidade!

Vocês pensam em expandir?

Santa Rita saiu nesta semana em um ranking de cidades mais atrativas do mundo e uma jornalista de São Paulo me perguntou se pretendíamos expandir. Eu disse a ela que seria uma ótima oportunidade de investimento, mas que entendemos que o trabalho é muito artesanal. Começamos a trabalhar às seis da manhã para servirmos às sete da noite! Nossa atuação requer um envolvimento muito grande e não é qualquer um que está disposto a isso! Para você ter uma ideia, 80% do nosso atendimento presencial vem de clientes de outras cidades e, ainda assim, temos receio de partir para outros centros! Se levarmos em consideração que metade dos nossos clientes, não são daqui, diria que nossos concorrentes diretos talvez nem estejam na cidade!

E como você avalia o mercado e a concorrência?

Em Campos do Jordão há um estabelecimento chamado Baden Baden que atrai clientes de vários estados. Quando estive lá notei que, bem ao lado, havia outro chamado “O vizinho” e que os clientes que não conseguiam entrar no Baden Baden iam para ele! Seria muito bom se pudesse ver isso aqui! Nós já produzimos 70 mil hambúrgueres nestes dois anos e sentimos que podemos ajudar muita gente a turbinar seus negócios! Para isso, começamos a oferecer cursos… o primeiro acontece no início de outubro e esperamos ajudar outros estabelecimentos também! Neste processo todos ganham!

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