Milton Marques conta um pouco sobre o novo espetáculo do Ride Palhaço

Diretor do Bloco mais antigo de Santa Rita do Sapucaí, Milton abre o jogo sobre o desfile

O que esperar do retorno dos blocos para a praça Santa Rita?

Este retorno à praça começou através de conversas que tivemos com a prefeitura. Eu falei que a tradição do carnaval em Santa Rita era um patrimônio cultural que estava morrendo e que algo precisava ser feito. Também contei que, desde que o carnaval foi para a avenida, em 2006, não estava sendo bom para nós. O acesso é muito difícil, há muitos efeitos colaterais e nós não estávamos gostando. Durante a conversa também comentei que a verba recebida pelos Blocos era muito baixa e que obrigava os diretores das agremiações a terem que desembolsar dinheiro do próprio bolso quando o carnaval acabava. Nossa intenção não era de que a prefeitura pagasse tudo, mas que entrasse com – pelo menos – um terço.
Quando demos início ao processo para obtenção da verba, tivemos que nos enquadrar em uma nova lei federal que nos permitia obter recursos por meio de um edital. Tal lei possui uma série de regras, sendo preciso criar um plano, mas eu já havia trabalhado com isso.
Fui, então, falar com o pessoal dos Democráticos. Começamos a trabalhar juntos, mas o projeto que apresentamos em março de 2019 só teve liberação da verba em dezembro daquele ano.

O que significa trazer o carnaval para a praça?

Trazer o carnaval para a praça não será uma experiência nova, mas uma experiência de saudosismo. Dentro dessa proposta de trazer o Ride Palhaço para a praça, nossa missão será lidar com as emoções. Nossa intenção é trabalhar dentro de um tema, mostrando o que ele gera de alegria, beleza, desfile e alegoria.

Pode contar o tema?

O Ride conquistou um segundo hino a partir de 78, quando Moacir Franco gravou Turbilhão. Eu consultei a autoria da música, verifiquei que era mesmo dele, mas nem o cantor sabia. Quando o trouxemos em 2009, ele não sabia cantar a música! Nem lembrava mais! Lembro que no show enrolou a gente, mas foi muito engraçado! Então, neste ano, como Turbilhão trata de pierrôs, colombinas, fala sobre amor mas também sobre o peso interno da dor, vamos trabalhar o tema descrevendo a letra que tanto nos marcou. E vale dizer que Turbilhão, pelo conteúdo musical que tem, passou a ser um segundo hino para nós. Se você conhecer a letra, verá que tem tudo a ver com o desfile.

Você acredita que a volta para a praça tornará a despertar a paixão pelos blocos?

Acho que tem tudo para acontecer! Quando as pessoas veem o bloco desfilar, têm a chance de revê-lo do outro lado da praça. Na avenida era muito rápido! Nem chamo aquilo de desfile… era um sofrimento! Agora o fato de voltarmos à praça e ter a chance de analisar com mais cuidado, vai ativar a emoção das pessoas.
Ontem mesmo, tivemos a visita do Régis no barracão, pessoa que já ajudou muito e que esculpe muito bem. Ele entrou, viu aquilo e saiu para chorar. O fato de ver as pessoas trabalharem o deixou emocionado.

Você acredita que ainda há espaço para rivalidade?

Nós estabelecemos uma parceria muito boa na confecção do plano de trabalho, feito em conjunto, e dividimos forças. Isso foi muito bom! Agora, quando a disputa for para a rua será cada um por si! Não haverá simbiose artística, apenas administrativa. Toquem o de vocês, que estamos cuidando do nosso! (risos)

E as inscrições e planos?

As inscrições estão com a Ana Cristina Mota, através do telefone 9 9191 4959. Ainda há espaço, mas não para todas as alas. À medida que vai chegando o carnaval, a procura aumenta.
Nós teremos um Blocão separado na sexta-feira, em um evento popular onde cada um faz a sua própria fantasia e, no domingo, os desfiles adulto e infantil. A rainha adulta encerra, teremos uma abertura adulta, mas no meio têm os carrinhos infantis. Nós faremos uma mistura da alegria e da emoção dos adultos com nossas crianças, então será tudo muito bonito. O Ride sairá no dia 23 de fevereiro, a partir das 20h30min e o Bloco dos Democráticos desfilará na segunda-feira, no mesmo horário. A decisão de dividir os blocos foi conjunta porque um acaba sempre atrasando o outro por motivos alheios à nossa vontade.
Como o Demo pediu para sair na segunda, decidimos fazer o primeiro desfile e ficou tudo certo! Mas vamos fazer uma noite muito festiva, muito alegre e bonita, trabalhando bem a emoção. Esta será a nossa chance de mostrar à cidade que o lugar dos blocos é mesmo na praça. Tomara que dê certo!

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