A paixão de Mill pelas fotografias de Santa Rita do Sapucaí

Como começou a sua paixão pela fotografia?

Que eu me lembre, começou quando passei a me oferecer para fazer fotos nos meus grupo de amigos. Quando havia alguma comemoração, as pessoas não sabiam produzir as imagens e eu sempre me oferecia. Ao mesmo tempo, passei a coordenar eventos na cidade, muitos deles na Festa de Santa Rita ou nas Festas da APAE e queria registrar para a posteridade. Nesses cinco anos, produzi muitas imagens, registrei muitas coisas e passei por muitas experiências. Algumas pessoas cresceram, outras faleceram, mas muitas permanecem registradas.

Como você desenvolveu seu estilo de fotografar?

A foto foi consequência do meu trabalho, mas muitas pessoas comentam sobre o meu olhar, sobre a forma como eu produzo uma imagem e sobre como eu me tornei um apaixonado por fotografia. Eu gosto muito do espontâneo. Me sinto abençoado pelas imagens que faço e por conseguir esperar o melhor ângulo e o tempo certo. Uso muito zoom e procuro ficar longe das pessoas. Este é o meu estilo.

O que você prefere fotografar?

Eu gosto muito de fotografar pessoas e animais, principalmente cães. Também procuro mostrar a cidade, fazer minhas andanças, estar na zona rural, no alto de um morro ou de fazer as pessoas questionarem como eu cheguei até aquele local. Na nossa cidade, que é um vale, em cada lugar que eu vou descubro um encanto diferente. Tenho buscado desbravar e revelar estas belezas, principalmente as naturais para provocar diferentes sensações nas pessoas.

E é gratificante para você fazer este trabalho?

Sim. Tem sido muito gratificante saber que pessoas de outras cidades, por exemplo, entram em contato comigo para dizer que se lembraram de onde estudaram, de onde moraram ou de suas infâncias. Muitas vezes as pessoas passam mil vezes por um mesmo lugar e acabam não percebendo certo detalhe ou não dão valor. A partir do momento que veem a imagem, passam a prestar mais atenção. Isso é muito recompensador.

Vejo que produz muitas imagens de natureza…

Gosto destas imagens porque a natureza não se repete. Cada dia o céu está diferente, a nuvem está de um jeito, a árvore mudada, então não dá para repetir uma mesma fotografia. É um momento único e isso me dá um prazer enorme.

Quando começou a fotografar, passou a enxergar a cidade de forma diferente?

Nas minhas andanças fotográficas, passei a ter um olhar mais atencioso a tudo o que envolve a cidade. Eu passo por onde havia casa que fotografei e que foi demolida e penso que ela poderia ter sido tombada, reformada ou preservada. Quando vou captar a cena de uma praça, penso no cuidado que o local poderia ter ou em algo que a tornaria mais atrativa. Eu vejo que há muitos lugares que poderiam ser explorados como pontos de turismo mas que também deveriam ser preparados para receber as pessoas. A fotografia desperta este tipo de olhar na gente.

Na sua opinião, qual foi a imagem mais bacana que já captou?

Eu tenho uma imagem que me marcou muito, de duas pessoas já falecidas. Eu estava em um evento do Bloco dos Democráticos e consegui reunir dois amigos que, infelizmente, já nos deixaram. São o Orlando e o Vergueiro. Esta imagem é triste para os amigos e me desperta muita emoção. Mas as fotos que, geralmente chamam mais a atenção são do Santuário. Tenho imagens de diversos ângulos e que costumam chamar a atenção por ser o coração da cidade.

No passado você ficou bem conhecido por conta daquela sua Brasília amarela. Por onde anda aquele carro?

Quando eu vi aquele carro pela última vez, já estava em fase de decomposição, preso em um pátio por falta de documentos. Depois viram aquela Brasília num desmanche, já toda destruída. As pessoas costumam lembrar o fusca azul do Guinho, o Passat do Gaiola e também a minha Brasília. Foi um tempo muito bom e que traz boas recordações às pessoas.

Fale um pouco do seu pai…

O que meu pai deixou como herança para mim foi a humildade. Ele era um homem muito simples, que veio da roça e que conquistou várias coisas com seu trabalho. Até hoje muitas pessoas vêm até mim dizer que foram ajudadas por ele… Também o enxergo como um grande empreendedor: ele teve banca de frutas, armazém, máquina de beneficiar arroz, serralheria, serraria, loteamento… Sua honestidade e amizade talvez tenham sido o meu maior legado.

Há quanto tempo você trabalha na D2?

Estou aqui há 22 anos. O rádio me ensinou muita coisa. Aprendi a criar e a fazer um pouco de tudo. Trabalho visual, ações na rua, entrevistas, fotografias… o rádio é muito dinâmico e exige isso da gente. Cresci muito na D2 e também na Nova Difusora.

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